quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

As faces do Poder, por Caio Cesar



A cidade é um objeto de conhecimento muito grande, complexo e com muitas relações e interações, tornando impossível compreendê-la em sua totalidade. Dessa maneira, se por um lado a cidade se apresenta como uma força educativa em potencial, por outro, a complexidade do meio urbano e rural apresentam desafios, para uma prática educativa que objetive uma leitura crítica sobre o município em que convivemos. Esse ideal inicial sobre a “cidade”, neste caso equivalente a município, serve para demonstrar como sociedade, cidade, democracia, poder são conceitos que de uma forma ou de outra está vinculado com o espaço onde moramos, visto que nesse espaço é a arena onde se exerce a cidadania.
É perceptívela ideia de domínio e relações de poder em um município, fica claro que os principais problemas enfrentados são pela falta de informação do cidadão das políticas públicas, a interferência da máquina pública para alçar objetivos, as necessidades existentes na população que fazem os mesmos serem dependentes de determinados grupos, entre diversos outros preceitos.A ação territorial do dinheiro em estado puro acaba por ser uma ação cega, gerando ingovernabilidade, em virtude dos seus efeitos sobre a vida econômica, mas também, sobre a vida administrativa. Objeto de uma permanente instabilidade, da qual os diversos agentes constituem testemunhas passivas. O exercício do poder implica a manipulação constante de um jogo estrutural do poder, em um jogo paradoxal, permanente.
A falta de informação do cidadão é um dos principais problemas existente, havendo uma carência de conhecimento das políticas públicas atrapalhando uma nova visão sobre o quadro político atual.A falta do conhecimento do cidadão sobre as políticas públicas é um fator que dificulta a população a reivindicar os seus direitos junto ao poder público. Os cidadãos são carentes de informação fazendo aqueles que estão à frente do poder, usufruir desse domínio e por ter conhecimento do território que vai ser explorado conseguem manter um controle se utilizando das necessidades das comunidades para conservar seu campo de poder.
Fomos levados a pensar que democracia é sinônimo de sistema parlamentar e da possibilidade de votar. Na verdade, democracia somente existe se a vontade do povo coincide com a vontade do governo. Reduzir nossa atuação política a ações individuais, como o voto, é uma armadilha que só fortalece aqueles que estão por cima. Precisamos de espaços e movimentos coletivos em que possamos sonhar, projetar e defender omunicípio que queremos. Certamente o preconceito das pessoas contra a política tem um fundo de verdade. Mas este preconceito não é contra a política como um todo, mas contra a política atrofiada que nos é apresentada. Este preconceito, no entanto, pode levar à acomodação e à indiferença; a enfraquecer a democracia e fortalecer o domínio de alguns sobre muitos. Ele precisa ser superado. Qualquer mudança para melhorar o modo de vida da população em razão do futuro da sociedade necessita que primeiro aconteça na cabeça das pessoas. Torna-se essencial permitimos que se introduzam novas ideias, atitudes, pessoas que realmente estão dispostas a modificar a realidade que com o passar dos anos se tornou enraizada e atrofiada. Não podemos nos isolar do mundo, dos acontecimentos, das relações, embora possamos de alguma forma influir sobre ele.Ao atentarmos para dimensões da política que foram historicamente “esquecidas”, existe uma luz no fim do túnel.Já mostrava a célebre canção de Lulu Santos:Vamos nos permitir”. Permitir conhecer novas ideias, propostas, novas correntes que pode originar em verdadeiras modificações positivas da realidade atual, pois possuímos o poder de transformar nossa cidade, e podemos chegar a seguinte conclusão: o poder sempre estará em nossas mãos.

Caio Cesar
Licenciado em Geografia
Técnico em Meio Ambiente
Bacharel em Administração Pública

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